sábado, 31 de dezembro de 2011

VELHOS ESTANDARTES X

GUIÃO DE D.SEBASTIÃO

Gravura dos fins do século XVIII
Colecção particular
Foi este monarca que pela primeira vez fechou a coroa real sobreposta ao escudo das Armas do Reino, antes da sua partida para África, sofrendo assim a Bandeira Nacional esta pequena modificação.


Colecção particular

A bandeira real que D. Sebastião levou com o exército para o norte de África em 1578 era :"um guião grande de duas pontas de damasco carmesim enrolado, em cuja bandeira estava de uma parte a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo crucificado. E da outra parte tinha a dita bandeira as Armas Reais deste Reino, do mesmo lavor, com a coroa real fechada como Imperador".


Colecção particular

 PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

ALCÁCER QUIBIR


1578
A batalha em si é extremamente simples, de facto é o caso clássico da batalha por envolvimento: o nosso exército em formação compacta avança sobre o inimigo estendido em linha, ai quase conseguimos romper-lhe o centro, fomos atacados pelos flancos e pela retaguarda. Se tivéssemos resistido por todos os lados, a batalha defensiva neste caso, poderia ter sido ganha.

A função da nossa cavalaria deveria ter-se reduzido a ataques enérgicos, mas de extensão restrita, sem nunca abandonar a sua formação, voltando a descansar entre cargas sempre ao abrigo do núcleo central, das nossas tropas, que se deveria ter mantido sempre unido e em condições de poder afastar qualquer tentativa de todos os ataques; contudo não se fez nem uma coisa, nem a outra, o excessivo entusiasmo levou a cavalaria a embrenhar-se desordenadamente no combate, e no regresso das cargas para trás das nossas linhas, pura e simplesmente as atropelavam e esmagavam, o que por razões mais que evidentes desorganizou totalmente a nossa infantaria, assim como levou os aventureiros a avançar mais depressa do que o permitiam as condições do armamento.


Batalha de Alcácer Quibir
Quadro do mestre Carlos Alberto Santos
Com autorização do autor e do proprietário
Colecção particular
 D. Sebastião não comandou... combateu heroicamente, dispersando-se sem um plano fixo, tentando procurar remediar pessoalmente as várias dificuldades que surgiam na altura; quis estar em toda a parte, tentando acudir a todos, e  "enterrando os acicates no cavalo, entranhou-se a galope nas fileiras inimigas"... seguiram-no os fidalgos, mas depressa o perderam da vista. Tomado de sombria desesperação, o Rei fazia voar o cavalo, distribuindo para um e para outro lado as mais robustas cutiladas. O Conde de Vimioso era quem de mais perto o acompanhava, mas caiu aos golpes dos mouros, e D. Sebastião, perdendo-se aos olhos de todos, sumiu-se para sempre no mais indecifrável mistério. Morreu na batalha, não restam dúvidas, mas ninguém o viu cair e a lenda envolveu a sorte do infeliz soberano nos seus mágicos véus...


ALGUNS ACONTECIMENTOS
IMPORTANTES DESTE PERÍODO

Reocupação de Arzila (1577)
Batalha de Alcácer Quibir (1578)



Cortina realizada por Carlos Botelho para o bailado "D. Sebastião",
do grupo coreográfico "Verde Gaio".
Texto e ilustrações: marr

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VELHOS ESTANDARTES IX

ESTANDARTE DA ESFERA

INSÍGNIA DE D. MANUEL I


O distintivo do rei D. Manuel I, tinha como corpo principal uma esfera armilar, que consistia na representação do céu de um sistema astronómico convencional, cujo centro se supõe ser a Terra.

Este emblema, que representado uma vezes em azul, outras a ouro, mas em campo branco ou em escudo esquartelado em santor de branco e vermelho. Esta última vai aos poucos tornando-se no elemento fundamental da bandeira comercial do Brasil. O seu uso manteve-se e desenvolveu-se.


Colecção particular
Na penetração do interior do Brasil realizado pelos "Bandeirantes" no sul e pelas "Jornadas" no norte, a figuração da esfera armilar só ou acompanhada do Escudo Real, ou até com adicionamentos figurativos, como na representação de um missionário de cruz alçada a recordar a influência inaciana, surge também como símbolo unificador dos esforços da Pátria.


Colecção particular
 O uso da esfera armilar, como elemento por vezes único, na representação da bandeira portuguesa no Brasil conservou-se de tal modo que, no século XVII, nas lutas travadas contra os holandeses e nas jornadas de Tabocas e Guararapes é este o emblema máximo que figura como bandeira. Todos estes factos explicam a influência que a esfera armilar veio a ter na simbologia nacional.


PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

                         69
Aqui se lhe apresenta que subia
Tão alto que tocava à prima esfera,
Donde diante vários mundos via,
Nações de muita gente, estranha e fera;
E lá bem junto donde nasce o dia,
Despois que os olhos longos estendera,
Viu de antigos, longínquos e altos montes
Nasceram duas claras e altas fontes.

                                                                  85
                                         Pelas praias vestidos os soldados
                                         De várias cores vêm e várias artes,
                                         E não menos de esforços aparelhados
                                         Pera buscar do mundo novas partes.
                                         Nas fortes naus os ventos sossegados
                                         Ondeiam os aéreos estandartes;
                                         Elas prometem, vendo os mares largos,
                                         De ser Olimpo estrelas, como a de Argos.

Lusíadas, Canto IV, Est. 69 e 85



Conquista de Azamor em 1513
O desembarque


RESUMO DE ALGUNS ACONTECIMENTOS
 IMPORTANTES DESTE PERÍODO

No ano de 1500 descobriu-se o Brasil e em 1519 Fernão de Magalhães, embora ao serviço da Espanha, efectua a viagem de circum-navegação do globo. Portugal dominava na Índia, na Pérsia, em Malaca e na China.

O rei de Portugal podia orgulhosamente intitular-se: "Rei de Portugal e dos Algarves de aquém e além mar em África; Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia".

No ano seguinte, ao da descoberta do Brasil, enviou D. Manuel I uma esquadra a explorar a costa americana e em 1503 envia outra com mesmo intuito. No ano de 1504 Fernão Noronha é enviado como capitão da Ilha de São João (Fernando Noronha) e com privilégios de exploração.

Fragmentáriamente, sem plano orientador porque o Oriente absorvia os principais esforços, as relações com o Brasil tomam, de começo, a feição de uma exploração um pouco ao acaso. Pouco a pouco as actividades, com as terras de Vera Cruz, vão-se concretizando e do regime da concessão directa do Rei, passou-se para o sistema das capitanias donatárias e, posteriormente, à criação de um Governo Geral.

Em todas estas actividades relacionadas com a colonização do Brasil, não teve qualquer papel relevante a Ordem de Cristo sendo, por isso, a bandeira utilizada  a ínsignia de D. Manuel I

Texto e ilustrações: marr

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

VELHOS ESTANDARTES VIII

ESTANDARTE REAL DE PORTUGAL
D. MANUEL I

Colecção particular


O estandarte Real de D. Manuel I era branco, tendo ao centro o Escudo Nacional, de modelo igual ao de D. João II, com uma coroa real sobreposta, aberta e de modelo sensivelmente diferente do anterior

D. Manuel I
Gravura do século XVII - Colecção particular

PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

D. MANUEL II
1495 - 1521

                       66
Parece que guardava o claro Céu
A Manuel e seus merecimentos
Esta empresa tão árdua, que o moveu
A subidos e ilustres movimentos,
Manuel, que a Joane sucedeu
No Reino e nos altivos pensamentos.
Logo como tomou do Reino cargo,
Tomou mais a conquista do mar largo.

                                                                        67
                                              O qual, como do nobre pensamento
                                              Daquela obrigação que lhe ficara
                                              De seus antepassados (cujo intento
                                              Foi sempre acrecentar a terra cara)
                                              Não deixasse de ser um só momento
                                             Conquistado, no tempo que a luz clara
                                             Foge, e as estrelas nítidas que saem
                                            A repouso convidam, quando caem.

Lusíadas, Canto IV, Est.66 e 67




Armas do Reino de Portugal

ALGUNS ACONTECIMENTOS
IMPORTANTES DESTE PERÍODO

Partida para a Índia de Vasco da Gama (1497)
Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil (1500)
Conquista de Calcute (1502)
Conquista de Quiloa e Mombaça (1505)
Conquista de Calaiate, Curiate, Mascate, Soar, Orçafão e Ormuz (1507)
Conquista de Safim (1508)
Conquista definitiva de Goa (1510)

Conquista de Malaca
Painel de azulejos do Musue Militar






















Conquista de Malaca (1511)

Conquista de Malaca



























Conquista do Forte de Benastrim (1512)
Conquista de Azamor (1513)
Reconquista de Ormuz (1515)

Texto e ilustrações: marr