sexta-feira, 7 de junho de 2013

VELHOS ESTANDARTES XV

ESTANDARTES DA CAVALARIA (DRAGÕES)

D. MARIA I


Rainha D. Maria I
Gravura da época                         (Colecção particular)

A fantasia barroca e a falta de uniformidade nos estandartes e nas bandeiras regimentais, continuou durante a época de D. Maria I e a provar esta afirmação o estandarte aqui representado é disso um óptimo exemplo.

(Colecção particular)
Estandarte em campo branco com as Armas de Portugal ao centro, mais rebuscadas do que nunca, e rodeada de troféus militares; nos cantos vislumbram-se a cifra da Rainha, a toda a volta uma franja mesclada de vermelho e ouro.



PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

No início do ano de 1801, Napoleão Bonaparte e Carlos IV de Espanha estabeleceram um acordo onde já se previa a partilha de Portugal, que mais tarde voltará a ser tentada aquando da Invasão Franco-Espanhola de 1807.
Primeiro Regimento de Infantaria do Porto 1791
Coronel Comandante - Serviço montado
(Colecção particular)

A Espanha declara-nos guerra em Fevereiro. O nosso exército encontrava-se totalmente desorganizado e muito mal preparado, de tal modo, que não podia permitir-se a tal situação que efectivamente teve que enfrentar. O exército espanhol foi reforçado com contingentes franceses e invadiu Portugal onde em parte nenhuma encontrou resistência séria; na Província do Alentejo a campanha foi desastrosa caindo na posse do inimigo várias praças fortes como Juromenha, Olivença, Campo Maior, destacando-se a resistência bem sucedida de Elvas, que não capitulou.

General Gomes Freire de Andrade
(Colecção particular)
Se alguma coisa pode resgatar os opróbrios da campanha do Alentejo, foram os sucessos da guerra em Trás-os-Montes. Embora num campo muito limitado o General Gomes Freire de Andrade honrou ali as armas portuguesas, comandando as forças sob as suas ordens, tendo tentado algumas incursões no território Espanhol.

Quis surpreender a praça de Monterey colocando-se, para o efeito, em marcha com mil setecentos e oitenta e sete homens e duas peças de artilharia, força que ia dividida em dois corpos a saber: um comandado pelo próprio Gomes Freire, que seguiu a margem direita do Tâmega, e a outro comandado pelo Tenente-coronel Pamplona, que seguiu a esquerda. A coluna do primeiro chegou ao seu destino, repelindo os postos avançados do inimigo, mas estes rapidamente se refizeram, formando um corpo de quatro mil homens. Estava, por isso, malograda a empresa dos portugueses, bem contra vontade de Freire de Andrade, viram-se os nossos forçados a retirar para Vilarelho, povoação portuguesa na fronteira. Ali conseguiu repelir os ataques do inimigo e depois, invadindo no dia 4 de Junho a Espanha, tomou a aldeia de Bosaens, a que lançou tributo; no dia 18 conquistou a povoação de Fizera, cujos habitantes se declararam súbditos do Rei de Portugal.

Assim foi ocupado uma parte do territórios espanhóis  que tornava mais vantajosa a nossa posição defensiva, apesar das forças superiores do inimigo. O General Gomes Freire recebeu nesse mesmo dia, 18 de Junho, nas terras de Espanha conquistadas pelas suas tropas, a notícia dos desastres do Alentejo e do Armistício que se lhes seguiu.


Carta de 2 de Janeiro de 1790 em que estabelece
na Sua Corte e Cidade de Lisboa, uma Academia
Real da Fortificação e desenho, dando-lhe os
respectivos estatutos. (Colecção particular)


Oficial Engenheiro - 1788
(Colecção particular)




ALGUNS ACONTECIMENTOS
IMPORTANTES DESTE PERÍODO



Embarque das Divisões Auxiliares Portuguesas a Espanha para a Campanha do Rossilhão, a Cavalaria não fez parte dessa expedição (1793 a 1795); "Guerra das Laranjas" contra a Espanha, desta ofensiva castelhana resultou a perda de Olivença (1801).




Coordenação do texto e ilustrações: marr